Notas sobre o VI Colóquio de Geografia de Coimbra

Aconteceu o VI Colóquio de Geografia de Coimbra - este ano dedicado ao tema da "Sociedade da Informação Geográfica" e dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG).
O evento contou com a apresentação de
  • 27 comunicações distribuidas por 3 paineis:
- Sig e Detecção Remota; aplicações;
- Sig e Open Source; aplicações;
- Sig: Metodologias, técnicas e aplicações.
  • 3 Conferências:
- Prof. Doutor J.A. Tenedório que falou sobre a "Detecção Remota, Sistemas de Informação Geográfica e Obsevação Urbana".
- Prof. Doutor Rui Pedro Julião que falou sobre "Infra-estruturas de dados espaciais".
- Prof. Doutor Fernando Rebelo que fez uma abordagem sobre a evolução da geografia e da cartografia em Coimbra.
  • 1 Video-conferência:

Prof. Doutor Rafael Moreno que desde a Universidade do Colorado nos falou sobre a utilização de Open Source para a construção de uma base de dados espaciais aplicados aos incêndios florestais na Arménia.

  • 9 posters
  • Investigadores de Portugal, Espanha, Brasil e Estados Unidos da América.

O Colóquio trouxe para cima da mesa a apresentação de vários trabalhos nas diversas áreas de actuação do Geógrafo (urbanismo, riscos e gestão de emergências, incêndios florestais, rede educativa, saúde, cartas sociais e desportivas, actividades de lazer, ambiente, ordenamento de zonas costeiras, ordenamento de pedreiras, clima urbano, entre outros temas tratados).

Em todos estes trabalhos apresentados foi possivel ver a aplicabilidade dos SIG, enquanto ferramenta que pode ajudar a compreender os diferentes fenómenos e auxiliar o Geógrafo no processo de toma de decisão. Os SIG's ajudam-nos a "compreender os processos espaciais, mas não nos explica o ecossistema global". Esse é explicado pelos Geógrafos com recurso a estas ferramentas.

Para além de algumas novidades apresentadas destaco as que para mim foram mais interessantes. Foi apresentado algumas das tendências da informação geográfica e a sua crescente difusão a todos os públicos - Sociedade da Informação Geográfica e as tendências da web (Geointernet).

Falou-se também da utilização de várias aplicações/ferramentas (serviços KML, Mashups, redes sociais, redes p2p, plataformas pontocom) que têm impulsionado a difusão da informação geográfica na Web.

Merece também especial atenção da nossa parte também a conferência do Prof. Doutor Rui Pedro Julião (Instituto Geográfico Português; Dep. Geografia e Planeamento Regional da Univ. Nova de Lisboa) que falou da importância, não só para Portugal mas também para a Europa, da Directiva INSPIRE (em vigos desde Maio de 2007), o que vai permitir "quebrar tempos de espera" e "dar o salto" pondo os dados geográficos reunidos num mesmo organismo e à disposição de todos os cidadãos.

Falou também do esforço que o Instituto Geográfico Português está a fazer para integrar numa mesma plataforma dados dispersos por vários organismo/fontes, criando metadados e seguindo as normas da OGC, preconizados na Directiva, no sentido de construir uma IDE, integradora da informação geográfica a vários níveis e disponivel a todos os utilizadores.

Destacou também a importância de se conhecer a fonte dos dados e da necessária e importante integração destes conteúdos cartográficos na Educação, em todos os níveis de ensino.

Mas sobre os últimos parágrafos reservo outro post, onde falarei mais sobre estes assuntos e as novas tendências da informação geográfica.

Resta-me felicitar a organização, em especial o Prof. José Gomes, por esta iniciativa e a oportunidade que nos deu de podermos apresentar algumas das coisas em que temos andado a trabalhar nos últimos tempo. Muito obrigada!

Comentários

GeoPoetas disse…
Excelente post :) fico a aguardar o próximo.

Continuação de bom trabalho.

Beijinhos

Tatiana
Lisete Osório disse…
Obrigada pela visita e pelo COMENTÁRIO. O blog serve para isso mesmo, partilhar ideias e colocar questões!
Ficamos a aguardar por mais visitas participadas!
Em breve vamos publicar um post com algumas novidades sobre o que lá se debateu ;)

Beijinhos
Lisete
Lisete Osório disse…
Obrigada. Já visitei o teu blog e vamos continuar o intercâmbio.

tudo de bom para ti.
Admin disse…
Olá para os autores do blog, desde já um obrigado pela visita ao www.inovmap-coimbra.pt.vu e pela ligação que disponibilizaram do vosso blog para o nosso. Sou co-autor deste projecto (Rogério Coelho), que foi oficialmente apresentado no VI colóquio de Geografia de Coimbra, penso que as geo-tecnologias podem ser hoje em dia, uma grande oportunidade para mostrar o papel importante que a geografia tem na sociedade, conseguimos através delas mostrar o lado mais visual da geografia, que deixa qualquer pessoa que trabalhe fora da área, com uma boa impressão da ciência que representamos.
Hoje, mais que nunca, "são os olhos comem", enquanto a mentalidade do geógrafo não se adaptar a este novo mundo, não colocaremos a geografia onde deveria estar, ou seja, mais próxima dos órgãos de decisão, para que estes possam fazer as melhores escolhas.

Parabens pelo vosso blog, que já antes tinha visitado, durante a pesquisa na web para a elaboração do projecto iNovmap.
Paulo Carvalho disse…
Obrigado, pelo comentário da iNovmap.
Os autores deste blog "ambientes geográficos" tiveram presentes no colóquio de Coimbra e fomos espectadores atentos à apresentação do iNovmap.
Gostamos muito das potencialidades do vosso projecto.

Continuação de bom trabalho
Lisete Osório disse…
Olá Rogério,obrigada pelo comentario. Concordo contigo e penso que não é só a mentalidade do Geografo que tem de mudar e se adaptar mas também temos de mostrar à sociadade aquilo que fazemos e o quão importante é o nosso papel na sociedade. Além disso, acho que estamos no momento certo para "dar a conhecer" este papel do Geógrafo!

Seguimos com o diálogo!

Boas Festas
Lisete Osório
Admin disse…
Concordo que estamos no momento ideal para mostrar o nosso papel na sociedade, as potencialidades que as novas tecnologias trazem para a geografia são muitas, mas para isso, teremos de formar geógrafos tecnologicamente preparados e coloco alguns pontos de interrogação se a formação dos geógrafos hoje está a ser feita para suprimir as necessidades do mercado de trabalho, ou se, pelo contrário, estamos a continuar a formar geógrafos puramente teóricos, coisa que o mercado não acolhe de braços abertos, pois na prática, não vão assegurar nenhuma mais valia no contexto do mundo do trabalho.
Temos de ter um papel perfeitamente diferenciado das restantes ciências, para que exista um nicho que acolha os geógrafos por estes serem os únicos a elaborar esse trabalho de forma competente.
As geotecnologias podem ser esse nicho, mas para isso temos de ter formação para o ocupar esse lugar de forma inequívoca.
Lisete Osório disse…
Concordo plenamente, além disso é necessário criar plataformas de colaboração entre universidade-mercado de trabalho, permitindo não só a mais fácil inclusão do geógrafo no mercado de trabalho mas também para divulgar o nosso trabalho junto da sociedade e dar visibilidade ao Geógrafo e á Geografia!

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